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Ingressos NFT e Bruno Gagliasso: confira o que rolou no NFT Brasil

Os benefícios da tokenização de ingressos e tickets e como as NFTs podem ajudar a manter a floresta amazônica em pé.

Quando autenticidade, posse e conectividade digital se encontram, conseguimos uma experiência aprimorada e inovadora, e o uso da tecnologia dos NFTs em eventos está dando um show de usabilidade. Entre as aplicações mais promissoras para os Tokens Não Fungíveis nos próximos anos, destaca-se o seu uso em ingressos, revolucionando a forma como os eventos são pensados, organizados e desfrutados. Esse foi um dos temas discutidos durante o NFT Brasil. No primeiro final de semana de junho, do dia 02 à 04, o time da Agenda Crypto viajou até São Paulo para conferir de perto tudo o que rolou.

 

A programação do evento trouxe, além dos tradicionais papos e painéis, a 1° exposição internacional de NFTs no Brasil. Com entrada a preços populares e artes para todos os gostos, as obras digitais dos artistas foram expostas em mais de 20 telas de TV de última geração e em uma sala de experiência super imersiva. 

 

Larissa Barros, CEO e Founder da Agenda Crypto foi uma das palestrantes convidadas para a conversa sobre NFTs nos eventos e tickets digitais, até porque, de eventos, a gente entende. Dividimos o palco com uma galera de peso que também está usando essa tecnologia para melhorar experiências, não só em shows e eventos, mas também em reservas de hotéis e restaurantes.

 

O potencial disruptivo que as novas tecnologias carregam irá mudar, e muito, a forma como interagimos hoje enquanto sociedade, com relação a nossa participação em eventos e na organização deles, não seria diferente. Seja ele, um jogo de futebol, um show ou até mesmo um evento corporativo, os eventos, hoje, trazem um déficit alto, principalmente, quando falamos de falsificação e revenda. 

 

A tecnologia blockchain, com sua segurança e transparência, vêm como uma alternativa que oferece uma saída por meio de sua natureza imutável. Na blockchain, todo ingresso registrado nela não pode ser alterado e nem falsificado, pois cada um é único.

Apesar disso, pode ser revendido, caso previamente permitido pelos organizadores. Esse movimento do ingresso do comprador n° 1 para um terceiro e assim por diante, fica registrado para sempre na blockchain e visível a todos, possibilitando royalty de revenda para o vendedor original daquela NFT, ou seja, uma porcentagem do valor da revenda é automaticamente direcionada ao vendedor original, mesmo em transações futuras. Essa funcionalidade única dos NFTs de ingressos cria um sistema de compensação justo para os artistas, organizadores e outros criadores, permitindo que eles continuem a ser beneficiados financeiramente com a valorização de seus trabalhos, mesmo após a venda inicial. O que não acontece com os ingressos repassados por cambistas. E os benefícios estão longe de serem apenas financeiros.

 

“Antigamente, quando nós íamos ao jogo do flamengo, nós guardávamos todos os nossos bilhetes, era uma forma de se lembrar daquele momento que foi especial, com a tecnologia e a vinda dos ingressos por qr code a gente perdeu isso, o NFT é uma forma sustentável e útil de se guardar essas memórias.” – disse Felipe Ribbe da NTP Tickets.

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É uma forma de tangibilizar a memória e preservar momentos especiais. Uma vez dono de um NFT, ele pode ser seu pra sempre, exceto que você decida vendê-lo. Um NFT de um show de rock de 2023 pode valer bem mais daqui 30 anos, isso se dá devido ao forte potencial de comunidade chamado de fãs que artistas e produções carregam. Essa valorização se baseia na demanda contínua por itens colecionáveis associados a eventos memoráveis e no desejo dos fãs de possuírem uma peça única e autêntica que simbolize sua conexão com seus artistas favoritos.

Além da preservação de memórias, os ingressos NFT têm em sua natureza trazer uma série de benefícios exclusivos aos seus detentores. Como por exemplo, desconto em eventos futuros, acesso a lounges exclusivos e a itens físicos. As possibilidades são infinitas e podem ser variadas de acordo com a raridade do seu NFT. 

Ainda assim, reconhecemos que, apesar dos benefícios, o processo para facilitar a adoção dessa tecnologia ainda pode ser considerado complicado e requer uma etapa de conscientização e educação mais abrangente. Por esse motivo é importante buscar meios de facilitar sua adoção, como por exemplo, permitir o uso de pix e cartão de crédito na hora da venda. Algo que a parceira da Agenda Crypto Its Ticket e a NFTicket, que também estava no palco, já fazem.

“Uma das nossas maiores dificuldades está em mostrar quais são as vantagens que o produtor de eventos tem ao vender seu ingresso como NFT e oferecer uma contrapartida aos dados. Quando o comprador do ingresso precisa apenas conectar a carteira para adquirir o NFT, o produtor do evento fica sem acesso aos dados daquele usuário, e hoje em dia, os dados são o maior dos ativos ”. – disse Larissa Barros. “Já no lado do usuário, o que muda é a chance de parar de entregar seus dados por aí sem saber o que fazem com eles. Pensando no processo de compra, não muda muita coisa: se a plataforma for user friendly, ele não precisa entender o que é uma NFT para fazer a compra” – concluiu a CEO da Agenda Crypto.

Todos concordaram que ainda precisamos viver em um universo híbrido entre a Web 2.0 e a Web 3.0 dando a oportunidade do cliente comprar com a sua carteira, com o seu email ou fazendo login no site, mas mais cedo ou mais tarde todos estarão atentos para aproveitar os benefícios e as inovações que a revolução Web 3.0 nos traz. 

“Nós do NFT.BRASIl chegamos a esse questionamento quando estávamos decidindo como iríamos fazer as vendas dos ingressos. Nós olhamos para o público e dividimos em 2, então tínhamos o ingresso normal que dava acesso a exposição e o em NFT que dava acesso a todo o evento, justamente para validar a tese” – disse Marco Afonseca, do NFT.Brasil.

O painel também contou com a presença do Charbel, gestor do projeto de compra de hospedagem por NFT. 

“Um hotel de 28 anos de tradição que estava olhando para o futuro, o único hotel que tinha uma experiência que continuava, as marcas hoje encontram dificuldades em manter seus clientes. Nos nossos benefícios nós oferecemos vantagens, cada NFT tinha uma utilidade diferente, como por exemplo, hospedagens em dias diferentes do ano. Nosso lançamento foi no evento Web2.0 na feira do Senac. Nós não tínhamos pessoas super entusiastas de tecnologia presente e ainda assim a nossa adoção superou o esperado” – disse Charbel, do solar.web3 

Ou seja, as pessoas estão prontas para serem beneficiadas pela tecnologia, elas só precisam ser apresentadas a isso.

O evento trouxe também muitos painéis focados no uso de IA, foram inúmeras as palestras em todos os três palcos focando em seus benefícios, pontos de atenção controversos e usabilidades, teve o Bob Burnquist que alem de organizador do evento também lançou seu projeto NFT, uma coleção de 76 skates pintados a mão, o atleta fez questão de grafitar shapes ao vivo. O evento também apresentou o projeto do Bruno Gagliasso. Chamado Pachamama, em parceria com a BMV – Brasil Mata Viva, a iniciativa busca remunerar o produtor pela conservação da floresta, onde recebe em forma de token de UCS (Unidade Crédito de Sustentabilidade) uma recompensa em troca da mata mantida em pé.

“Nós, basicamente, estamos falando: produtor, vale mais a pena você manter a floresta em pé, já que vamos te remunerar por isso, do que derrubá-la. Nós queremos te pagar o dinheiro que você ia ganhar a derrubando. E para as empresas, muitas delas precisam investir em sustentabilidade e a gente une o produtor a eles, essa junção é a Pachamama. Com a tecnologia blockchain que dá lastro, transparência e a possibilidade de transacionar essa UCS com uma facilidade muito maior.” – disse Carol Nunes.

Ao se inscrever, o produtor tem a visita da BMV, que mede o quanto de conservação ele fez durante um período específico e recebe a UCS equivalente. Posteriormente, essa UCS é comercializada com empresas que queiram investir em biodiversidade e que precisam de um certificado de sustentabilidade, esse certificado é uma NFT que é obtido através da UCS.

“Isso não seria possível sem a tecnologia NFT.” – completou o ator e empreendedor, Bruno Gagliasso